De volta às fontes do evangelho.

terça-feira, 2 de junho de 2020

O VALOR DOS SALMOS

02:34 Posted by JOÃO RICARDO FERREIRA No comments

O VALOR DOS SALMOS*.
ALLEN P. ROSS
Tradução: Rev. João França#.
É impossível expressar adequadamente o valor do livro dos Salmos à família  da fé. Por aproximadamente três mil anos os salmos têm estado no coração e na  vida espiritual do povo de Deus. A variedade de orações, louvores, hinos, meditações e liturgias na coleção cobrem todos os aspectos de viver para com Deus em um mundo antagônico à fé. Eles sempre foram importantes para a expressão da fé, tanto privada como corporativa. Em Israel a coleção dos salmos formava o livro de hinos do templo, com muitos salmos sendo designados para uso regular em certos dias e em diferentes ocasiões, incluindo festivais e dias santos.
Para os cristãos primitivos, os salmos eram também um tesouro porque o valor deles estão em suas orações e louvores do povo, mas também por causa de sua aplicação a Cristo nos Escritos do Novo Testamento. Ao longo da história, entretanto, os Salmos formaram as orações e os louvores das comunidades em adoração, eles vieram a ser bem conhecidos. Nas congregações cristãs modernas, no entanto, o uso dos salmos quase caiu em detrimento da vida espiritual da igreja, e as orações, hinos e cânticos que substituíram os salmos na adoração não têm a substância, poder e beleza que eles têm.
A mudança é significativa, tendo em vista a importância dos salmos ao longo da história da fé. Quando combinados com crença e entendimento, os salmos foram usados para informar doutrina, inspirar sermões e fornecer o principal recurso para o desenvolvimento da vida espiritual. Kirkpatrick escreveu:
Quando homens e mulheres, abandonando seus chamados comuns, dedicaram suas vidas à devoção e oração em mosteiros e comunidades, o canto dos salmos formava grande parte de seus exercícios religiosos. Com o tempo, a recitação do saltério tornou-se também uma obrigação clerical. Foram elaborados vários esquemas ou usos. Salmos fixos eram geralmente designados para certas horas canônicas, enquanto em outros serviços o restante dos salmos era recitado "em curso".[1]
Holladay ilustrou isso examinando a estrutura dos salmos nas diferentes ordens religiosas, observando que o arranjo se tornou o esboço para a vida de oração da comunidade.[2]
Ao longo da história da igreja, a grande importância do Livro dos Salmos foi reconhecida e proclamada repetidas vezes. Não é meu objetivo aqui coletar dezenas de testemunhas do fato; mas alguns exemplos servirão para apresentar o estudo do livro. Por exemplo, Agostinho descreveu o benefício espiritual que recebeu dos salmos quando escreveu:
Em que sotaques eu me dirigi a Ti, meu Deus, quando li os Salmos de Davi, aquelas canções fiéis, a linguagem da devoção que bane o espírito de orgulho. . . . Como eu te dirigi nesses Salmos! como meu amor por ti foi acendido por eles! Como eu queimei para recitá-los, era possível, em todo o mundo, como um antídoto para o orgulho da humanidade...[3]
Os salmos eram tão valorizados que era necessário um conhecimento profundo deles para a ordenação. Kirkpatrick citou alguns exemplos:
Gennadius, Patriarca de Constantinopla (458-471 d.C.), não ordenaria ninguém que não estivesse recitando diligentemente os salmos; o segundo Concílio de Nicéia (587 dC) concluiu que ninguém deveria ser consagrado bispo a menos que conhecesse o Saltério completamente; e o oitavo Concílio de Toledo (653 dC) ordenou que ninguém fosse promovido a nenhuma posição eclesiástica que não conhecesse perfeitamente toda a coleção[4]
Orar essas orações e cantar esses hinos foram reconhecidos como essenciais para a vida espiritual dos crentes, especialmente aqueles que liderariam as igrejas em devoção e adoração. E esse reconhecimento de sua importância continuou no mundo protestante. Martin Luther disse sobre a coleção: “Você pode, com razão, chamar o Saltério de uma Bíblia em miniatura, na qual todas as coisas descritas mais detalhadamente no restante das Escrituras são reunidas em um belo manual de concisão maravilhosa e atraente”[5]. João Calvino disse dos Salmos:
Aqui, os próprios profetas, vendo que são exibidos para nós como falando a Deus e abrindo todos os seus pensamentos e afetos mais íntimos, chamam, ou melhor, atraem cada um de nós para o exame de si mesmo em particular, para que nenhum dos muitos as enfermidades às quais estamos sujeitos e os muitos vícios com os quais abundamos, podem permanecer ocultos.[6]
E Hooker escreveu: “A escolha e a flor de todas as coisas lucrativas em outros livros, os Salmos contêm mais brevemente e mais comoventes expressões, devido à forma poética com que são escritas”.[7]
Várias coleções de versos foram impressas para a igreja depois Reforma, incluindo seleções dos Salmos, canções e hinos de outras partes da Bíblia, tradições medievais hinos tradicionais  litúrgicos e composições originais padronizadas apartir das Escrituras. Por exemplo, uma das primeiras e mais completas coleções de músicas bíblicas e poemas comparáveis foi The Hymns and Songs of the Church (1623), projetada para complementar o Saltério na liturgia. O New England Bay Psalm Book (1640) incluía versões métricas dos Salmos; tornou-se o texto autorizado para canto congregacional na Nova Inglaterra. Os hinos da igreja após a Reforma, então, foram modelados segundo os tipos no Livro dos Salmos - em 1640, havia mais de 300 edições do Saltério em inglês.[8] Quem estuda os salmos em detalhes entenderá por que eles se tornaram tão importantes para a vida espiritual da igreja; Perowne disse:
Não podemos orar os salmos sem perceber de maneira muito especial a comunhão dos santos, a unicidade da igreja militante  e da Igreja triunfante. Não podemos orar os Salmos sem ter nossos corações abertos, nossas afeições aumentadas, nossos pensamentos atraídos ao céu. Quem pode orar melhor está mais próximo de Deus, conhece melhor do Espírito de Cristo, é o mais preparado para o céu. [9]
O fato de o Saltério, por séculos, ter servido como livro de louvores e orações para a comunidade de adoração, bem como para indivíduos devotos em suas meditações particulares, deve ser suficiente para levar as igrejas de hoje a reconsiderar seu lugar na instrução e desenvolvimento da vida espiritual de a Igreja. Eles devem ser o modelo para nossos cânticos de louvor, as instruções para nossas orações e meditações e a inspiração para nossa busca pela piedade. Eles também devem ser considerados em benefício de nossa compreensão do que é a adoração, pois estavam inseparavelmente ligados à adoração de Israel por inspiração divina. Visto que a oração e o louvor - de fato, a adoração - devem ser informados, esses salmos devem ser interpretados corretamente, ensinados com clareza e pregados de maneira convincente. A igreja está perdendo uma de suas experiências mais ricas ao ignorar o Livro dos Salmos ou relegá-lo a uma leitura de rotina em um culto, sem qualquer explicação. Uma explicação clara, no entanto, não é fácil. Essa quem expunha os salmos para uso na vida espiritual e O culto ao povo de Deus encontrará alguns desafios. Eles Primeiro terá que resolver dificuldades textuais; e esta tarefa não é facilitada pelo fato de as traduções modernas optarem por uma ou outra das leituras disponíveis.
Outro desafio para o expositor vem das diferentes abordagens adotadas no estudo dos salmos nos comentários. Isso influenciará as traduções e interpretações de muitos salmos; e assim os expositores terão que pensar criticamente ao usar os vários recursos.
A própria poesia apresenta um desafio para a interpretação e aplicação dos salmos. Será necessário um pouco de prática para que os expositores possam trabalhar confortavelmente com as estruturas e figuras poéticas da poesia hebraica. Parte da linguagem poética é universal e, portanto, bastante direta; mas muito disso não é óbvio. Para explicar as imagens, será necessário conscientizar o uso da linguagem bíblica e da cultura do antigo Israel.
E, finalmente, a gramática e sintaxe hebraica representará um desafio para muitos expositores. Será óbvio para quem pesquisa como as várias Bíblias em inglês traduzem os tempos dos verbos e outras construções da língua que algum conhecimento nesta área é necessário. Se os expositores não estiverem familiarizados com as formas e construções do hebraico, terão que encontrar recursos confiáveis para ajudá-los a entender as traduções e comentários. Como nem sempre eles estão de acordo, os expositores terão que ponderar os argumentos e decidir qual deve ser a ênfase precisa de uma determinada linha de poesia, com base no contexto e no uso das Escrituras.
Os capítulos seguintes incluirão discussões sobre esses desafios em mais detalhes e oferecerão diretrizes para o estudo dos salmos nessas e em outras áreas. O próprio comentário tentará explicar o significado das palavras, as imagens bíblicas, as construções da linguagem e as variações de traduções e interpretações nos casos mais importantes do salmo, para que o expositor tenha mais informações com as quais fazer uma decisão interpretativa.


* Traduzido da obra A Commentary On The Psalms, pp. 25-29
# Formado em Teologia Reformada pelo SPN.
[1] A. F. Kirkpatrick, The Book of Psalms (Cambridge: At the University Press, 1914), ci.
[2] William L. Holladay, The Psalms through Three Thousand Years: Prayer book of a Cloud of Witnesses (Minneapolis: Augsburg Fortress, 1993), pp. 176—77 (veja as páginas 175—184 para um levantamento  do uso dos salmos no serviço divino).
[3] The Confessions of St. Augustine, ix. 4, in A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers of the Christian Church, ed. by Philip SchafT (Edinburgh: T&T Clark, 1994 reprint), p. 131.
[4] Kirkpatrick, Psalms, cii.
[5] Works, ed. 1553, Vol. iii, 356. Para um  pouco mais de informação, veja  Holladay, The Psalms through Three Thousand Years, 192—195.
[6] John Calvin, Commentary on the Book of Psalms, Trans. By James Anderson. 3 Volumes (Grand Rapids: Eerdmans, 1963 reprint), p. xxxvii.
[7] Hooker, Ecclesiastical Polity, Book V, Chapter xxxvii, Par. 2.
[8] Veja Coburn Freer, Music for a King, 14—15; e Terence Cave, Devotional Poetry in France c. 1570—1613 (Cambridge, 1969).
[9] J.J.Stewart Perowne, The Book of Psalms (Grand Rapids: Zondervan, 1966 reimpressão da edição de 1878 ), 1:40.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

ESCATOLOGIA - O ANTI CRISTO

15:23 Posted by JOÃO RICARDO FERREIRA No comments

O Anti-Cristo
Rev. David Chilton
Tradução do Rev. João França.
De acordo com as palavras de Jesus em Mateus 24, uma das crescentes características da época que procederia ao colapso de Israel seria a apostasia dentro da igreja cristã. Isto já foi mencionado antes, porém um estudo mais concentrado neste ponto lançará muita luz sobre um bom numero de pontos da discussão relacionados no Novo Testamento – pontos que geralmente tem sido mal compreendido.
Na realidade os únicos casos em que aparece o termo anticristo são os seguintes versículos nas cartas do apóstolo João:
Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai. Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar.
(1ª João  2.18-19, 22-23,  ARA)
Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
 (1ª João 4.1-6 ARA)
Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.
 (2ª João 7-11 ARA)
            Os textos citados acima compreendem todas as passagens bíblicas que mencionam a palavra anticristo, e delas podemos extrair várias conclusões importantes:
            Primeira, os cristãos já haviam sido advertidos da vinda do anticristo (1ª João  2.18; 4.3).
            Segunda, não havia apenas um, mas “muitos anticristos” (1ª João 2.18), por conseguinte,  o termo anticristo não pode ser simplesmente a designação de um indivíduo.
            Terceira, o anticristo já estava em operação, como escreveu João: “muitos anticristos têm surgido” (1ª João 2.18 ARA) “Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar”. (1ª João 2.26 ARA); “este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo.” (1ª João 4.3 ARA); “Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, [...] assim é o enganador e o anticristo.” (2ª João 1.7 ARA). Obviamente, se o anticristo já estava presente no primeiro século, não era alguma figura que se levantaria no fim do mundo.
            Quarta, o anticristo era um sistema de incredulidade, particularmente a heresia de negar a pessoa e a obra de Cristo Jesus. Ainda que os anticristos aparentemente afirmavam pertencer ao Pai, ensinavam que Jesus não era o Cristo (João 2.22); junto com os falsos profetas (1ª João 4.1), negavam a encarnação (1ª João 4.3; 2ª João 7,9); e rejeitavam a doutrina apostólica (1ª João 4.6).
Quinta, os anticristos haviam sido membros da igreja cristã, porém haviam apostatado (1ª João 2.19). Agora estes apóstatas tentavam enganar a outros cristãos, para distanciá-los da igreja completamente de Cristo Jesus (1ª João 2.26; 4.1; 2ª João 7,10).
            Juntando tudo isto, não podemos deixar de ver  que o anticristo é uma descrição tanto de um sistema de apostasia como dos apóstatas individuais. Em outras palavras, o anticristo era o cumprimento da profecia de Jesus de que viria um tempo de grande apostasia, quando “muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.” (Mateus 24.10-11 ARA). Como disse João, os cristãos haviam sido advertidos da chegada do anticristo; e efetivamente, haviam sido advertidos da chegada do anticristo; e efetivamente, haviam surgido “muitos anticristos”. Durante um tempo, haviam crido no evangelho; mais tarde, haviam abandonado a fé, e haviam ido por ali procurando enganar aos outros, e se foi iniciando novas seitas ou, mais provavelmente, tratando de trazer para os cristão pra o judaísmo – a falsa religião que afirmava adorar ao Pai enquanto negava ao Filho. Quando a doutrina do anticristo se entende, encaixa perfeitamente com o resto do que nos ensina o Novo Testamento sobre a época da “última geração”.
            Um dos anticristos que afligiu a igreja primitiva foi Cerinto, líder de uma seita judaica do primeiro século. Considerado pelos pais da igreja como “o arque herege”, e identificado como um dos “falsos apóstolos” que se opunha a Paulo, Cerinto foi um judeu que ingressou na igreja e começou a atrair os cristãos para fora da fé ortodoxa. Ensinava que uma deidade menor, não é o Deus verdadeiro, havia criado o mundo (sustentando, como os gnósticos, que Deus era super “espiritual” para ocupar-se da realidade material). Logicamente, isto significava também a negação da encarnação, posto que Deus não assumiria um corpo físico e uma personalidade verdadeiramente humana. E Cerinto era consistente: declarava que Jesus havia sido meramento um ser humano ordinário, não nascido de uma virgem; que “o cristo” (um espírito celestial) havia descido sobre o homem Jesus quando ele foi batizado (permitindo-lhe realizar milagres), mas que o havia abandonado na crucificação. Também, Cerinto defendia uma doutrina da justificação pelas obras – em particular, a absoluta necessidade de observar as ordenanças cerimoniais do Antigo Pacto – para ser salvo.
            Também, Cerinto foi aparentemente o primeiro a ensinar que a segunda vinda anunciaria um reino de Cristo literal em Jerusalém durante mil anos. Ainda que isto não fosse contrário ao ensino apostólico do reino, Cerinto afirmava que um anjo lhe havia revelado esta doutrina (de modo similar ao de Joseph Smith, um anticristo do século dezenove, que mais tarde afirmaria haver recebido uma revelação angélica)
            Os verdadeiros apóstolos se opuseram severamente à heresia de Cerinto. Paulo admoestou as igrejas: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema”. (Gálatas  1.8 ARA). Na mesma carta, Paulo passou a refutar as heresias legalistas sustentadas por Cerinto. Segundo a tradição, o apóstolo João escreveu seu evangelho e suas cartas tendo em mente a Cerinto. (Também se nos diz que, ao entrar João no banho público, viu este anticristo diante dele. O apóstolo deu meia volta imediatamente e saiu correndo, enquanto exclamava: “Fujamos, antes que o prédio caia sobre nós; porque Cerinto, o inimigo da verdade está dentro!”).
           


sábado, 17 de fevereiro de 2018

sábado, 7 de outubro de 2017

A Arte do Contentamento Cristão

16:53 Posted by JOÃO RICARDO FERREIRA No comments
O CONTENTAMENTO CRISTÃO
Por
Rev. Ronaldo Soares dos Santos*
O puritano Jeremiah Burroughs, escreveu um tratado intitulado “A rara joia do contentamento cristão”.[1] Para ele, o contentamento cristão é um mistério difícil para o homem compreender, e somente a graça de Deus é que pode nos ensinar a combinar tristeza e alegria numa experiência comum de paz e contentamento. Para Jeremiah, contentamento é o fruto de um coração grato.
O consumismo tem sido uma das marcas de nossa geração. Tudo é descartável. Hoje, determinada coisa pode ser boa para o uso até surgir à próxima inovação. O fato, é que no geral, a medida do contentamento parece que nunca encontra o seu limite. Parece que é algo que sempre está por acontecer, mas nunca acontece. Normalmente, dizemos que no dia em que tivermos este ou aquele bem, ou alcançamos esta ou aquela virtude ou graça, aí então encontramos a medida de nosso contentamento. A verdade, é que sempre haverá algo por atingir, um bem que ainda não alcançamos, uma conquista que nos falta e etc. Parece-nos que o contentamento está sempre na próxima curva. Tudo isso tem levado muitos a passarem suas vidas lamentando e murmurando, mesmo tendo o suficiente para viver. É como diz um ditado popular muito conhecido: “vivem chorando de barriga cheia”. Isso é pecado!
Diante de tudo isso, pergunta-se: é possível um cristão viver nesse mundo contente e satisfeito independente das circunstancias?   
Sim, é possível. Em Filipenses 4.10-13, descreve o apóstolo Paulo declarando que aprendeu a viver contente “em toda e qualquer situação”. Para ele, tanto a humilhação quanto à honra, tanto a riqueza quanto a pobreza, tanto a fartura quanto a fome, não eram impedimento para o seu estado de contentamento. É importante sabermos que o contentamento para Paulo não significava uma acomodação em relação aos desafios da vida e da missão, nem tampouco um desinteresse por melhorar e crescer. Trata-se de um estado de alma que possui em Cristo tudo quanto lhe é necessário para sua alegria, paz e comunhão com Deus independentemente das circunstâncias.
Então, Paulo nos diz a razão, ou a base, para o seu contentamento: “Tudo posso naquele (Cristo) que me fortalece” (vs. 13). Deste modo, Paulo revela que o poder fortalecedor de Jesus é o segredo do seu contentamento.
Mas, como é possível experimentá-lo em nossos dias? Como o Apóstolo Paulo descobriu esse segredo?
Em primeiro lugar, Paulo aprendeu – ( vs.11b). A primeira lição que podemos tirar do estado de contentamento do Apóstolo Paulo é que ele “aprendeu”.  O verbo “aprender” refere-se “aprender por experiência”. Isso significa dizer que esse contentamento espiritual não era algo que ele havia assimilado imediatamente depois da conversão. O apostolo teve que passar por várias experiências a fim de aprender a viver contente. Ele considerava cada experiência boa ou ruim uma excelente oportunidade para amadurecer no seu relacionamento com Cristo e encarar as adversidades da vida de modo confiante.  
Em segundo lugar, Paulo aprendeu a viver contente – (vs.11b). A palavra traduzida por contente (no grego: autarkes) significa “autossuficiente.” Era uma das palavras prediletas dos filósofos estoicos. Os estoicos consideravam uma grande virtude a capacidade pessoal de se distanciar das circunstancias externas e encontrar em si mesmo os meios para lidar com quaisquer situações. Paulo usa o mesmo termo, contudo, com uma conotação diferente. Para Paulo, o poder ou capacidade para passar por diversas contrariedades, e ainda assim se manter contente, não vinha dele mesmo, mas estava em Cristo – “Tudo posso naquele que me fortalece”. Paulo não estava rindo em meio ao sofrimento; o que ele estava afirmando é que em Cristo ele podia superar qualquer sofrimento vitoriosamente.                
Em terceiro lugar, Paulo aprendeu viver contente “em toda e qualquer situação” – (vs.11c ).  A experiência do Apostolo vivida ao longo da sua vida com Cristo, fazia com que ele passasse as mais variáveis situações sem perder a serenidade:
__Na hora da humilhação e exaltação: SERENO;
__Na hora da fartura e fome: SERENO;
__Na hora da abundância e escassez: SERENO.  
Finalmente, Paulo declara: “Tudo posso naquele que me fortalece” – (vs.13). As aplicações mais comuns que dão a este texto são: Tudo posso ter, fazer, adquirir, conquistar, prosperar naquele que me fortalece. Todavia, não foi isso que Paulo pretendeu dizer. Considerando o contexto, o que realmente Paulo quis dizer foi: “estou pronto para passar por qualquer coisa por meio da força daquele que vive em mim.”
Era o poder de Cristo na vida do Apóstolo Paulo que lhe dava o contentamento espiritual para viver em qualquer situação. Ele aprendeu porque Cristo o fortalecia, a viver contente porque Cristo o fortalecia, em toda e qualquer situação porque Cristo o fortalecia.
Portanto, conclui-se que, a base do contentamento cristão é uma completa dependência do poder de Cristo. Em Cristo temos tudo que precisamos para viver uma vida de satisfação, paz e alegria. Ele é o Pão que sacia a nossa fome, a água que alivia nossa sede, a luz que ilumina nossa estrada e o caminho que nos conduz até ao céu.
Que possamos aprofundar o nosso relacionamento com Cristo a tal ponto de não perdermos o contentamento quando formos surpreendidos por algum infortúnio nesta vida. Antes, busquemos nele a suficiência de que necessitamos para superar as mais variadas situações. Cristo mesmo diz para aqueles que confiam nele: “...contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiadamente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei” (Hb 13.5b-6a).




* Ministro da Palavra e dos Sacramentos pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Atualmente é Pastor da Igreja Presbiteriana da Fraternidade em Feira de Santana – BA. É casado e tem um casal de filhos.
[1] Obra publicada pela Publicações Evangélicas Selecionas (PES).

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

A NECESSIDADE DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

17:37 Posted by JOÃO RICARDO FERREIRA No comments
DISCIPLINA: HERMENÊUTICA
Prof. Rev . João França.
AULA – 02 – A NECESSIDADE  DA HERMENÊUTICA.
Introdução:
No estudo da interpretação bíblica devemos considerar alguns aspectos importantes para uma hermenêutica adequada da Palavra de Deus. Uma das dificuldades que encontramos hoje na vida da Igreja é certamente a falta de compreensão sobre quem realmente necessita da Hermenêutica Bíblica.
Nesta aula nós iremos analisar de perto a questão da necessidade  desta disciplina na vida da igreja de Cristo. Todos nós interpretamos o mundo que nos cerca, conforme vimos na aula anterior. Pois, todos nós temos pressupostos na leitura das Escrituras.
I – QUEM PRECISA DE HERMENÊUTICA?
Esta é uma daquelas questões que não deveria ser suscitar  debates. Uma vez que todos nós, de modo ou de outro, somos intérpretes de tudo o que nos cerca. Mas, interpretar a Bíblia? Ora, por que há essa necessidade de interpretar as Escrituras? Muitos cristãos dizem que não precisam estudar hermenêutica, ou seja, julgam que não precisam dela.
Os que pensam na necessidade da disciplina hermenêutica argumentam que a Bíblia é um livro divino, e assim, “exige de nós algum treinamento especial para entendê-la”.[1], mas, tal resposta deixa-nos em uma situação paradoxal, conforme nos lembra AlonsoSchökel: “Se alguém é capaz de falar de maneira absolutamente clara e tornar-se compreensível com eficácia irresistível, esse tal é Deus; portanto, se há alguma palavra que poderia não exigir hermenêutica, essa seria a palavra divina”.[2] E, é exatamente neste lado do pêndulo que muitos se agarram, especialmente quando se conhece a doutrina protestante da perspicuidade das Escrituras [clareza das Escrituras] e dizem que em si mesmas as Escrituras são claras. E o que decorre disso é a negação da Hermenêutica Bíblica. Tal postura nega a importância da interpretação dos textos sagrados.  Osborne alerta:
A hermenêutica é importante porque capacita a pessoa a se movimentar do texto para o contexto, para que o significado inspirado por Deus na Bíblia fale hoje com uma relevância tão nova e dinâmica quanto em seu ambiente original. Além disso, pregadores ou professores devem anunciar a Palavra de Deus em vez de suas opiniões religiosas repletas de subjetividade. Só uma hermenêutica bem definida pode manter alguém atrelado ao texto.[3]
Mas, um ponto importante não é fato que as escrituras precisam ser interpretadas por causa de sua natureza divina, mas exatamente por causa do seu lado humano. As Escrituras são apropriadamente chamada “palavra divina em palavras humanas” [4] Esta necessidade interpretativa é necessária exatamente porque a linguagem humana é “equivoca”[5] A linguagem humana tem gerado muitos mal-entendidos, e por esta, razão se faz necessário o estudo da hermenêutica.
II – AS RAZÕES PARA A NECESSIDADE DA HERMENÊUTICA:
Consideremos neste momento as razões pelas quais se justifica a necessidade da hermenêutica.
2.1 – A Corrupção Natural do Homem:
            Um dos aspectos fundamentais para a necessidade da interpretação é a condição espiritual do homem. O homem depois da queda possui os “olhos do entendimento” entenebrecido (Efésios 4.17-18) – observemos a expressão: “entenebrecido no entendimento”[ ἐσκοτωμένοι  τῇ  διανοίᾳ- eskotômenoi tê dianoia] aponta para o fato de que a mente do homem  foi afetada pela queda. Logo, ele não consegue compreender adequadamente a Palavra de Deus. A evidência textual desta necessidade é certamente 1ª Coríntios 2.14-15 – o homem natural não pode entender as realidades espirituais.
2.2 – O Abismo Cultural:
Precisamos saber interpretar a Bíblia para superar o Abismo Cultural. A Bíblia como livro vindo da lavra humana tem perspectivas culturais significativas. Ler o livro de Gênesis e perceber fatos como no capítulo 15 - o dividir os animais ao meio - e saber que culturalmente era assim que se processava na cultura de então ao afirmar uma aliança; ajuda-nos a entender porque Deus não permitiu que o patriarca passe no meio daqueles pedaços partidos. Alguém já disse que cada “um de nós vê a realidade através dos olhos condicionados pela cultura e por uma variedade de outras experiências.”[6]
2.3 – O Problema da Língua:
A Bíblia foi escrita em outra língua que não é a nossa. As Escrituras foram redigidas em três idiomas diferentes e até desconhecido para a maioria de nós:
Estes são os principais elementos importantes para justificar a necessidade da Hermenêutica Bíblica.
III – A HERMENÊUTICA LIVRE DE PRESSUPOSTOS: É POSSÍVEL?
            A grande pergunta que precisamos fazer ao estudar o tema da necessidade da Interpretação Bíblica. É aquela que questiona: É possível interpretamos a Palavra de Deus livre de pressupostos?
            A resposta a esta indagação é negativa. Ainda que os adeptos da Escola Racionalista de Interpretação (Método Histórico-crítico) cheguem a afirmar que “a exegese bíblica deve ser praticada de modo neutro, isento de pressuposições teológicas apriorísticas”[7], entretanto, tal tese não se sustenta. Pois, as pressuposições ocupam um lugar bastante importante no processo interpretativo, o pressuposicionalismo desenvolvido por Vantil e Kyper revelam esta verdade.[8] Que pressuposições devemos ter ao nos aproximar da Bíblia para o processo de interpretação?
3.1 – A Doutrina da Revelação:
A ideia de que Deus se revela nas obras da criação é o pressuposto capital para o processo interpretativo das Escrituras (Salmos 19.1-4; Romanos 1.18-20), neste aspecto podemos dizer que a criação que uma revelação natural de Deus  o livro no qual Deus revela quem ele é como criador. Este aspecto da revelação não salva ninguém; mas, aprove a Deus revelar-se diretamente, e a assim se procedeu por meio do Seu Espírito Santo, por Revelação direta, por teofanias, por anjos, sonhos, visões, inspiração e Seu Filho Jesus(Ex. 3. 16; Sl 147. 19, 20; Hb. 1. 1,2; Gl. 1. 11, 12). Deus não é o totalmente oculto, mas é o que se revela nas obras da criação e da providência (veja-se a Confissão de Fé de Westminster Capítulo 1.1).
Levemos em consideração que a forma de Deus comunicar a obra redentora é por meio da Revelação Especial (Escritura Sagrada) conforme vemos em 1ª Timóteo 3.15 e 2ª Timóteo 3.15-16.
3.2 – A Doutrina da Inspiração Verbal e Plenária das Escrituras:
            Outro pressuposto que devemos ter antes de irmos ao processo interpretativo do texto das Escrituras; é aquele que declara ser a Bíblia plenamente soprada pelo Espírito Santo. Paulo Anglada lembra-nos que a “doutrina da inspiração é a pressuposição bibliológica fundamental da hermenêutica reformada.”[9] Esta doutrina é  o “fundamento da hermenêutica e exegese”[10] da Reforma. A própria Escritura (Evidência Interna) dá testemunho de si como inspirada por Deus (Ex. 4. 22; Jz 6. 8; Is 43. 14; ISm 15. 23; Jr. 1. 4; Mt 5. 17, 17; Jo10. 35; Hb. 3. 7ss).
3.3 – A Doutrina da Autoridade das Escrituras:
            Outro pressuposto importante é a compreensão de que as Escrituras possuem plena autoridade sobre a vida da igreja e sobre aquele que interpreta a Bíblia Sagrada. Esta doutrina é de fundamental importância para aqueles que pretendem estudar e interpretar as Escrituras Sagradas.
            Aquilo que nós compreendermos sobre a autoridade absoluta das Escrituras fará toda diferença no estudo hermenêutico das Escrituras. Packer vai nos dizer que a autoridade das Escrituras repousa na inspiração” [11]. A Bíblia guia a nossa vida e dita a forma como devemos ver e adorar a Deus naquilo que ele requer de nós. Cristo sempre apelou para as Escrituras como a um tribunal supremo. Em qualquer controvérsia ele usava a expressão “está escrito” indicando que a palavra final deve ser dada a Palavra inspirada por Deus. Vejamos isso detalhadamente em Mateus 4.4,6,710.
            Cristo ao usar a expressãoesta escrito usa a forma verbal em grego ge,graptai gégraptai e um verbo no perfeito que indica uma ação continua, significando permanece escrito, então, o Senhor Jesus esta apelando para a autoridade da Biblia como fonte autorizada da verdade
3.4 – A doutrina da Suficiência das Escrituras:
            Ao interpretarmos as Escrituras devemos considerar que elas são profundamente suficientes para a vida e piedade do crente. O lema Sola Scriptura aponta para a realidade de uma Bíblia suficiente.
            Mas, o que é essa doutrina? A resposta mais simples e clara que podemos oferecer a esta pergunta e que o Sola Scriptura ensina que a Bíblia regula a vida em sua totalidade”[12] a Confissão de fé fala-nos do quanto as Escrituras sao realmente suficientes para a igreja. Os teólogos puritanos declaram: Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela.” (CFW – capítulo 1. Seção 6) – veja-se: 2ª Tim.3.15-17.
Aqui nós temos um conceito subjacente ao Sola Scriptura [Somente a Escritura] que é o de Toda Scriptura [ Toda Escritura], também desenvolvido na reforma protestante; e, de Acordo com Fred Klooster, este ponto de vista a respeito da Escritura como “única e  completa’ (sola e tota Scriptura) é exclusivamente reformado”[13]
Então, ao interpretamos o texto sagrado devemos ir até uma Bíblia suficiente. Não estamos interpretamos um documento incompleto, imperfeito que precisa ser adicionado com outros ditos, ou com novas revelações; o estudo sério e laborioso das Escrituras se torna compensador quando pressupomos que estamos diante da vontade suficiente de Deus apresentada nas Escrituras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1.      ALONSO-SCHÖKEL, Luis. Hermenéutica de la Palavra. Madrid: Cristandad, 1986, volume 1.
2.      ANGLADA, Paulo Roberto Batista. Introdução à Hermenêutica Reformada. Anamindeua: Knox Publicações, 2006.
3.      BEEKE, Joel. R. Vivendo para a Glória de Deus – Uma Introdução à Fé Reformada. Tradutor: Francisco Wellignton Ferreira. São Paulo: Editora Fiel, 2010.
4.      DIAS. Cassio Murilo. Manual de Exegese Bíblica. São Paulo: Paulinas, 2006
5.      KAISER JR, Walter C.; SILVA, Moisés. Introdução à Hermenêutica Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
6.      OSBORNE, Grant. R. A Espiral Hermenêutica. São Paulo: Vida Nova, 2009.
7.      PAKER, James I. Vocábulos de Deus. São Paulo: Fiel, 2002.
8.      SCHWERTLEY, Braian. M. Sola Scriptura e o Princípio Regulador do Culto. Tradutor: Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora os Puritanos, 2000.
9.      VIRKLEY, Henry. Hermenêutica Avançada. São Paulo: Vida, 1987.





[1] KAISER JR, Walter C.; SILVA, Moisés. Introdução à Hermenêutica Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, p. 14.
[2]ALONSO-SCHÖKEL, Luis. Hermenéutica de la Palavra. Madrid: Cristandad, 1986, volume 1, p.83.
[3] OSBORNE, Grant. R. A Espiral Hermenêutica. São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 27.
[4] DIAS. Cassio Murilo. Manual de Exegese Bíblica. São Paulo: Paulinas, 2006, p. 11
[5] KAISER JR, Walter C.; SILVA, Moisés. Introdução à Hermenêutica Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, p. 14.

[6] VIRKLEY, Henry. Hermenêutica Avançada. São Paulo: Vida, 1987, p 12
[7] ANGLADA, Paulo Roberto Batista. Introdução à Hermenêutica Reformada. Anamindeua: Knox Publicações, 2006, p.18.
[8] Veja-se KAISER JR, Walter C.; SILVA, Moisés. Introdução à Hermenêutica Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, 2002, p. 222-223.
[9] ANGLADA, Paulo Roberto Batista. Introdução à Hermenêutica Reformada. Anamindeua: Knox Publicações, 2006, p.136.
[10] Ibid, p.137.
[11] PAKER, James I. Vocábulos de Deus. São Paulo: Fiel, 2002, p. 33.
[12] SCHWERTLEY, Braian. M. Sola Scriptura e o Princípio Regulador do Culto. Tradutor: Marcos Vasconcelos. São Paulo: Editora os Puritanos, 2001, p.1.
[13] Apud¸ BEEKE, Joel. R. Vivendo para a Glória de Deus – Uma Introdução à Fé Reformada. Tradutor: Francisco Wellignton Ferreira. São Paulo: Editora Fiel, 2010, p. 150