De volta às fontes do evangelho.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Série: Expondo a escritura: Funcionalizando a vida Cristã

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Por Sem. Edvaldo Freitas

E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Apocalipse 3:14-17


Não se trata puramente de dar conhecimento a fatos do futuro. Apocalipse na verdade fala muito mais sobre a Igreja de Cristo hoje, seu caráter, sua vida e Missão.
Apocalipse em português Fala um sentido dos acontecimentos, das “ultimas coisas”. Temos a idéia de “descoberta”, “revelação”. Entretanto em grego, significa “Revelar aos olhos aquilo que está encoberto”. Segundo o texto: (Apoc 3: 15-17)
As cartas de Jesus às Igrejas da Ásia possuem (duas) funções básicas.
1º A primeira é revelar os critérios pelos quais o Senhor julga a Sua Igreja. Nós a julgamos por valores externos, visíveis: seu templo e número de membros, sua estrutura administrativa e exposição social, seus líderes e seu culto. Como canta o coral e como prega o pastor.
Os critérios de Jesus são bem mais particulares, são valores eternos e não passageiros;
Um filósofo cristão, disse que “nada do que tocamos é eterno”. E Jesus, quando olha para as igrejas da Ásia, Ele as trata com valores eternos. Em nenhum momento usa para julgá-la a estrutura física e visível da igreja, mas trata do pecado que a rodeia, a fidelidade diante das provações, a pregação do evangelho no mundo e a resistência aos ataques do diabo. Jesus prepara aqui uma Igreja para viver a eternidade.
2º A segunda função básica das cartas às igrejas na Ásia é justamente nos orientar na nossa caminhada nos dias de hoje.
O verso 15 Jesus fala sobre a possibilidade de uma Igreja ser quente, fria ou morna. E há uma visão errada desse texto ao longo de anos como uma simples apresentação de três diferentes níveis de espiritualidade. Mas se estudarmos com muito cuidado, veremos que o assunto tratado é a função da Igreja, seu agir, o que ela faz baseado no que ela sabe ser.
A carta começa afirmando “conheço as tuas obras” (3:15) apontando para a função da Igreja, sua prática diária, e continua dizendo:
“Que não és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente...”.
E esta é uma afirmação básica do desejo de Deus. O Senhor Jesus afirma à Igreja em Laodicéia que desejava que fossem quentes ou frios. Não há nada que indique que fosse uma expressão de ironia da parte de Jesus, mas sim um desejo sincero de vê-los tanto quentes ou frios.
Para entendermos esta afirmação de Jesus precisamos entender que Laodicéia, era uma pequena cidade, localizada entre duas grandes e conhecidas cidades na região. Ao norte Hierápolis e ao sul Colossos.
Hierápolis era conhecida em toda a região por suas fontes de águas quentes. Caminho para multidões que buscavam cura para suas enfermidades. Segundo a História, à entrada da cidade havia uma inscrição que dizia: “Lugar de Cura”.

Colossos ao sul era ainda mais conhecida pelas suas fontes de águas frias, as quais se diziam possuir poderes medicinais e terapêuticos usadas por pessoas com problemas musculares, reumáticos, e tantos outros. Um lugar de cura e terapia para o corpo.
A cidade de Laodicéia era localizada numa região abaixo dessas duas cidades ao sul e norte, e suas águas vinham de tubulações que se cruzavam na entrada da cidade fazendo assim um longo trajeto que ao chegar a Laodicéia a água não era boa para beber por ser morna e causar vômito nos moradores.
Quando o Senhor afirmou à igreja pra Laodicéia: “nem és frio nem quente” poderíamos dizer: Que a Igreja não tinha função de causar cura às vidas que procuravam as águas quentes como em Hierápolis.
Como também perdeu a função terapêutica de alívio aos aflitos à semelhança das águas frias de Colossos. Como és morna (águas mornas não possuem função) estou a ponto de vomitar-te da minha boca.
Jesus mostra assim que em Seu Reino a Igreja deve possuir uma função; levar o evangelho com fidelidade e testemunho de vida.
Conceitos que dão direção a caminhada da Igreja na visão de Jesus, a partir do exemplo de Laodicéia.
1. No Reino de Deus o caráter vem antes da Missão
Nos impressionamos com homens, ministérios e histórias que não impressionam a Deus. E isto acontece porque a maneira pela qual o Senhor Jesus julga a sua Igreja é muito mais particular do que público. Por isto sabemos biblicamente que a missão da Igreja na pregação do Evangelho não é definida por resultados, mas de fidelidade ao Senhor. Porém ainda nos preocupamos mais com os resultados do que o caráter.
No verso 15 quando o Senhor Jesus, escrevendo à Igreja em Laodicéia diz, “conheço as tuas obras”.
Poderia ter falado da vida pública, e não particular da Igreja. Ou ainda falar da vida comunitária.
Mas Jesus fala da rotina e da vida diária da Igreja Em outras palavras Ele está dizendo: conheço a sua vida, seus pensamentos. Conheço a sua rotina fora do templo. Conheço o seu caráter.
Não fomos chamados simplesmente para converter as pessoas, mas sim para viver a fé e a vida que pregamos. É o que diz 1 Coríntios 4:9 quando o texto afirma que os discípulos ficariam em “último lugar”, como se “condenados à morte”. E termina dizendo que “nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos quanto a homens”. A verdade simples é que você e eu, a Igreja de Jesus Cristo está sendo observada, somos uma Igreja que existe não apenas para pregar o evangelho, mas para ser uma comunidade de santos que, antes de qualquer coisa, foi chamada para falar, viver e agir de acordo com o caráter de Jesus. O verso não fala a respeito de salvação, mas sim de testemunho.

Tiago 4:8 também nos adverte para que não sejamos uma Igreja com “ânimo dobre”. Fala, portanto a respeito de alguém que possui um corpo, mas duas almas. Uma alma quer Deus e a outra deseja o mundo. Uma grita “glória a Deus” durante o momento de louvor e a outra caminha negociando a verdade e a justiça no dia a dia do seu trabalho. Uma fala de santidade, a outra do mundo.
O Evangelho não é um negócio que pode ser medido pelos resultados alcançados, mas deve ser entendido pela fidelidade na pregação do amor de Deus ao mundo, e, portanto não é a força humana, mas sim a vida e caráter do cristão. O caráter vem antes do ide. Precisamos, em nossas igrejas fazer discípulos.
2. No Reino de Deus a obediência determina o avanço
Logo após o Senhor Jesus afirmar que Laodicéia era uma Igreja sem função, Ele apresenta o motivo no verso 17:
“pois dizes: estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma”.
O motivo da falta de função daquela Igreja na Ásia era o pecado, e neste caso a soberba. O pecado prejudica a importante função da Igreja. O pecado impede a produção de frutos do cristão. Diante disso só a obediência ao Senhor fará uma Igreja forte. Na história da Igreja somente a obediência, determina o avanço.
3. No Reino de Deus o sacrifício prepara a terra para o plantio.
O versículo 20 tem sido usado muitas vezes como pregação evangelística:
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo”.
Na verdade este é um convite à Igreja e não ao descrente. Um convite para a comunhão com Cristo. Entretanto comunhão com Jesus implica muitas vezes em sacrifício necessário pela simples necessidade de abstinência daquilo que não combina com o Mestre.
No verso 1 Lucas diz que houve grande “perseguição” à igreja No verso 2 ele diz que houve grande “pranto” a respeito de Estevão.
No verso 3 Lucas afirma que Saulo “assolava” a Igreja.
A Igreja sofria física, emocional e espiritualmente, mas crescia. Com certeza ela nunca, conscientemente buscou o sacrifício, mas estava pronto para passar por ele quando o momento chegasse. Pois “o sacrifício precede os grandes avanços” e em Atos 8, na dolorosa dispersão da Igreja, o evangelho avançou. Não se contentavam apenas em subsistir neste mundo vendo a vida passar. Criam que, em Deus, é possível mudar o óbvio, transpor o impossível e fazer diferença em vida. Criam que fomos criados para levar o nome de Jesus até a última fronteira conhecida. Gostaria que também crêssemos assim. Ao Poderoso Deus toda glória amém.
 


Fonte: sermão do Rev. Ronaldo Lidório

E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Apocalipse 3:14-17
E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Apocalipse 3:14-17