O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre.Salmos 111:10
Numa situação onde percebemos que escapamos de um perigo muito intenso, onde corríamos risco de morte, por exemplo, por vezes não conseguimos controlar o nosso corpo. Trememos, choramos, suamos, até desmaiamos. Embora sintamos certo alívio, pois de fato o perigo já passou, não conseguimos anular o efeito da química liberada por nosso cérebro, que se preparava para enfrentar tamanho choque. Isso se dá quando passamos de ser vítimas de assaltos, acidentes, conflitos e etc.
Todos nós corríamos grande perigo. Nascemos culpados; “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Rm – 3:23”, e nosso destino mais que certo era o inferno.
Mas pela graça de Deus, em Cristo Jesus fomos salvos da ameaça iminente. Não era uma probabilidade, não corríamos o risco de sermos condenados, este veredito era mais que certo, pois éramos filhos da ira; “Entre os quais todos nós também andávamos nos desejos da carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos, e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. – Ef 2:3”. Por intermédio de Jesus Cristo nosso Rei, Deus Pai, nos livrou de sermos consumidos por sua infalível justiça, crucificando a seu Filho numa cruz, para então pagar o preço pelos nossos pecados. A grande pergunta que fica depois tudo isso é: Por que somos tão desleixados no serviço a Deus? Por que prestamos a Deus um culto tão pobre e somos tão ingratos para com Aquele que nos livrou do abismo?
A resposta mais provável para essas perguntas, é que não temos a devida noção sobre o destino que nos aguardava não fosse a intervenção divina. Somos insensíveis a voz do Santo Espírito de Deus que nos fala através da escritura sobre isso.
E agora, por sua vez chegamos a um segundo questionamento: Por que não temos essa noção? A solução para essa indagação é simples, estamos distraídos demais nos preocupando apenas conosco. Estamos anestesiados por uma cultura que nos cerca de mimos e agrados, onde tudo gira ao nosso redor. Ficamos extasiados com as propostas tentadoras de sucesso, e com os projetos já prontos que o mundo nos oferece, de uma vida tranquila, regada a luxos e mordomias.
Mas claro, como nada vem de graça (no mundo), é requerido esforço e empenho total, sem pausas, devemos nos dedicar arduamente aos nossos objetivos, que muitas vezes nem são nossos, nos foram empurrados goela abaixo pelo sistema mundano, mas como estamos cegos não percebemos isso, e seguimos a correnteza. Estudamos horas por dia, para passar nos vestibulares, dedicamos inúmeras horas, para cumprir as metas estipuladas pelo mercado de trabalho, e assim nos tornamos os mais bem sucedidos profissionais.
O preço disso é uma vida cristã cada vez mais relaxada. Enquanto o ritmo para atender nossas próprias expectativas aumenta, o empenho e diligência em servir a Deus e agradá-lo diminuem vertiginosamente. Nossos cultos estão abarrotados de pessoas que mal sabem o que estão fazendo ali, ou quem receberá todos aqueles cânticos.
Pessoas que não entendem por que estão sentadas a mais de 40 minutos ouvindo alguém falar. Cantam louvores, recitam orações, lêem a escritura, ouvem a pregação, mas nada disso lhes comunica alguma devoção. Tudo isso por que não se dão conta do perigo que corriam, e da maravilha do livramento que Deus as deu. Não levam a realidade de céu a inferno a sério, talvez pensem que isso é uma realidade distante, e que não lhes exige um zelo tão grande assim.
Ou que o fato de apenas estarem ali, já é suficiente, e seja de que forma for Deus é um Deus amoroso, carinhoso e compassivo, há de aceitar um culto empurrado com a barriga. Alguns ousados afirmam que o que conta para Deus é a sinceridade do coração. Mas será que isso, é de todo suficiente? Afinal, podemos ser sinceros admitindo um erro, mas isso não significa por exemplo, que estamos arrependidos de o ter cometido.
Como o salmista tão sabiamente afirma, Temer a Deus significa agradá-lo com nossa vida, entregar-se ao serviço ao Senhor com tudo que temos e somos.
Rasgar o nosso coração diante dEle, e suplicar que nos permita reverencia-lo da forma mais perfeita que pudermos. Tremer diante do Senhor, é saber que Ele é o Deus dos deuses e Senhor dos senhores, que Ele é soberano e governa o universo com cetro de retidão de justiça. Que Ele, que é adorado dos céus até o inferno, e do inferno até os céus, controla e rege a tudo e a todos da maneira que melhor lhe parece, e que por isso coube a Ele, exclusivamente a Ele salvar quem quis do fogo de sua ira.
Unindo esses dois sentimentos; temer e tremer, estaremos no centro da vontade de Cristo, conhecendo cada vez mais a Ele, e buscando progressivamente agradá-lo e bendizê-lo, louva-lo e goza-lo para sempre, obedecendo a sua boa, perfeita e agradável vontade, andando nos seus preceitos e mandamentos, servindo aos nossos irmãos com alegria e em unidade. Esse deve ser o verdadeiro sentimento que permeia a vida cristã: Cristo ou nada. Cristo por tudo!
Segui a paz com todos!
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