De volta às fontes do evangelho.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Série: Expondo a Escritura: A Autoridade da Escritura

17:04 Posted by Unknown No comments
Por Paulo Ulisses  

Antes de começar nossa série de textos bíblicos que serão expostos de forma expositiva, gostaria de discorrer sobre um assunto que é essencial para nossa compreensão sobre a escritura sagrada: Sua autoridade, inerrância e infalibilidade.

   Para que possamos ser iluminados pelo Espírito Santo acerca do que de fato diz a palavra de Deus, devemos observar o modo como a vemos, pois se não compreendemos que a escritura é verdadeiramente a palavra de Deus jamais poderemos compreender a mensagem que ela nos traz. Na sua segunda a carta a Timóteo, o apóstolo Paulo nos adverte:


Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra
2 Timóteo 3:16,17

   Podemos observar claramente no texto que Paulo nos mostra, que a escritura é:
  1. Inspirada por Deus, por tanto o próprio Deus é o remetente do texto sagrado.
  2. Útil para ensinar, para repreender, para corrigir e formar na justiça, e com isso deve ser a primeira fonte a quem devemos recorrer para andar na lei de Deus e assim agradá-lo.
  3. E que por ela o homem de Deus se torna perfeito e, apto ou capacitado para toda boa obra. Ao vermos o emprego do termo "toda boa obra", podemos inferir a ideia de que podemos fazer com perfeição as obras de Deus concernentes ao âmbito espiritual e comunitário (igreja), como também desempenhar com retidão nossas atribuições no mundo quando funcionamos na esfera secular.
   Pode parecer algo muito lógico quando observamos essas afirmações, mas quando nos deparamos com o cenário evangelical no Brasil, fica evidente que a maioria (para não dizer toda) das heresias e falácias que surgem nas "igrejas", têm principio na falha de observação da sagradas letras partindo da ótica de reconhecimento desses atributos que pertencem a mesma. Outro fator é o comum erro de aceitação a múltiplas interpretações sob a alegação de que cada pessoa pode interpretar a bíblia segundo sua própria visão. Qualquer pessoa pode, e sendo cristão deve, ler a escritura sagrada, para que possa aprender qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, mas para interpreta-la é necessário um árduo estudo, para que se possa analisar o texto de forma fiel a inspiração com o qual ele foi escrito. A análise da escritura é algo que deve ser tratada com o máximo respeito, pois as consequências podem ser terrivelmente catastróficas. Como saber por exemplo se alguém foi de fato convertido à Cristo e vivificado pelo Espírito Santo, se na reunião onde o mesmo se encontrava não houve uma pregação genuína do evangelho? Devemos levar em consideração o que a escritura diz:

porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo.

Como, pois, invocarão aquele em quem não têm crido? e como crerão naquele de quem não têm ouvido falar?

e como ouvirão sem pregador? e como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!

Mas nem todos deram ouvidos ao Evangelho. Pois Isaías disse: Senhor, quem creu a nossa mensagem?

Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Cristo.
Romanos 10:13-17

   Vemos que o papel da pregação da palavra de Deus no plano de salvação do ser humano é crucial, como pois poderá alguém ser salvo, se a mensagem não foi devidamente pregada com fidelidade e coerência a inspiração do Espírito Santo? Frente a informação do texto de Romanos, é terminantemente impossível. Dessa forma levanto aqui o questionamento... As grandes massas que lotam as igrejas hoje são constituídas de fato pode crentes salvos em Cristo, ou de pessoas que "acham" que estão salvas? Levanto essa questão pois é nítido que o conteúdo da pregação que é feito em muitas igrejas, não é fiel ao que de fato fala a escritura.

   Com isso nós podemos perceber quão grave pode ser o erro de não observar a autoridade, da escritura sagrada. Outro ponto é sua inerrância. É argumento de muitas pessoas que a bíblia foi escrita a muito tempo e que por isso, não é confiável. No entanto estudiosos como arqueólogos e historiadores, comprovam que a bíblia está intacta em relação ao seu conteúdo. Vale salientar que quando dizemos que a bíblia é inerrante, admitimos que há "erros" na escritura, mas apenas no tocante as cópias. Pois hoje estão documentados mais de cinco mil (5.000) cópias da bíblia, por isso há erros de compilação, como exemplo; linhas duplicadas, repetição de nomes, mas nenhum desses erros compromete sua autenticidade, e coerência teológica. Nenhuma doutrina ou informação correu ou corre perigo, pois aprouve Deus, preservar as sagradas letras, mantendo a mesma segura contra qualquer erro que pudesse por em "xeque" sua palavra.

 Concluímos então, que a escritura sagrada é a palavra INFALÍVEL, INERRANTE E AUTORITATIVA de Deus para nós seus filhos e servos, e que por isso devemos respeita-la e nos curvar a ela, seguindo seus ensinos e estudando-a para que possamos alcançar o padrão de vida que o Senhor deseja para nós.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Série: Expondo a Escritura; A LEITURA E A PREGAÇÃO DA PALAVRA NA TRADIÇÃO REFORMADA

08:03 Posted by JOÃO RICARDO FERREIRA No comments
Rev. João Ricardo Ferreira de França.*

         
   Um escritor contemporâneo diz que a “marca do culto reformado é  sua saturação das Escrituras”.[1] Ou seja, o Culto presbiteriano é eivado das Escrituras. A “adoração não deve somente ser governada pela Palavra, ela tem de estar saturada da Palavra”. [2] Isto nos leva para duas ideias importantes sobre a presença da Palavra de Deus no culto: 1) Proclamação Anagnóstica; 2) Anúncio kerygmático.

I – A PROCLAMAÇÃO ANAGNÓSTICA:


            A leitura da palavra é conhecida como proclamação anagnóstica.  O que isto significa? A palavra “anagnóstica” deriva do verbo grego “anagno,skw”[anagnoskô]  que significa “eu leio em voz alta”. Refere-se à leitura litúrgica na igreja como um ato fundamental do culto cristão. È claro que está prática a igreja cristã herdou do judaísmo conformo nos informa Lucas 4.16: “Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.”
            Na passagem citada podemos notar a herança da sinagoga, no que respeita à proclamação anagnóstica, para a igreja cristã primitiva. Essa prática “encontramos em São Paulo a exortação a que se leiam suas cartas quando das assembléias litúrgicas”[3]. Conforme podemos comprovar na passagem de Colossenses 4.16: “E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós.”
            a) Lectio Continua: a pergunta que tipo de leitura deve ser lida? A primeira proposta, que tem o uso mais histórico, é a leitura continua que consiste na leitura de um livro completo das Escrituras no decorrer das celebrações litúrgicas.
            b) Lectio Selecta: consiste na seleção de passagens que escolhemos para a leitura durante o culto – isto é mais novo, e tem uma função sistemática, geralmente ligada ao tipo de pregação quer será ministrada.
            c) Quem deve ler as Escrituras na liturgia?  O nosso Catecismo Maior de Westminster nos oferece uma resposta:
156. A Palavra de Deus deve ser lida por todos?
Resposta: Embora não seja permitido a todos lerem a Palavra publicamente à congregação, contudo os homens de todas as condições têm obrigação de lê-la em particular para si mesmos e com as suas famílias; e para este fim as Santas Escrituras devem ser traduzidas das línguas originais para as línguas vulgares.

            A posição reformada que nem todos devem ler as sagradas Escrituras publicamente[4]. Isso nos leva para aquela ideia da leitura responsiva que estamos tão acostumados em nossas igrejas, é bom que saibamos que está uma prática relativamente nova e não fazia parte da tradição presbiteriana histórica.
            Em seu comentário ao Cartecismo Maior o Dr. Vos declara o seguinte:
Ler a Escritura “em público para a congregação” faz parte da condução da adoração pública de Deus e deve, portanto, ser feita apenas pelos que foram devidamente chamados para este ofício na igreja. É claro que na falta de um ministro ordenado ou licenciado os presbíteros da igreja podem indicar alguém apropriadamente para ler as Escrituras e conduzir uma reunião de oração ou reunião comunitária. O que catecismo nega é que qualquer crente em particular possa legitimamente tomar para si a condução do culto público sem que para isso seja indicado por aqueles cujo ofício é dirigir a casa de Deus.[5]

II  – ANÚNCIO KERYGMÁTICO.          

            A palavra de Deus se faz presente no culto público também por meio de sua proclamação audível. Chamamos de proclamação catequética ou anúncio kerygmático – a pregação da palavra em si.
            Não podemos falar sobre este assunto sem entendermos como a História da Igreja o encarou, ou seja, como a Igreja viu a questão da pregação fiel da palavra? No texto que lemos em  1ª Coríntios 1.18-25 Paulo valorizava a pregação oferecendo conotações dramáticas. O que é a pregação? Stott nos diz que é “a ênfase exclusiva do cristianismo” [6].
            Por onde começar a nossa peregrinação histórica da pregação? Dargan nos indica que tal procura deve ser vista no próprio cristo, pois, o “Fundador do cristianismo, pessoalmente, foi o primeiro dos seus pregadores...” [7] os evangelhos apresentam cristo como indo e “proclamando as boas-novas de Deus” (Mc. 1.14; 1.39; Mt.4.17; 4.23; 9.35).
            Somos informados pelas Escrituras que os apóstolos davam prioridade à pregação da Palavra em Atos 6.4.
            Mas, surge-nos uma questão quem deve pregar a Palavra de Deus  publicamente à congregação? O Catecismo Maior apresenta-nos uma resposta:
PERGUNTA 158: Por quem deve ser pregada a Palavra de Deus?
RESPOSTA: A Palavra de Deus deve ser pregada somente pelos que foram suficientemente dotados e devidamente aprovados e chamados para tal ofício. O Dr. Vos comentando a pergunta 158 do Catecismo Maior de Westminster lembra-nos que:
Quem não for ministro ordenado ou licenciado pode testemunhar de Cristo em particular ou em público, conforme a oportunidade o permita, mas a pregação pública oficial da Palavra na Igreja deve ser feita apenas por aqueles devidamente separados para esta obra. Claro está que a pregação da Palavra é uma obra de importância muito grande. São necessárias as qualificações apropriadas para que seja feita de maneira adequada. Há qualificações espirituais, intelectuais e educacionais sobre as quais se deve insistir para que a igreja tenha um ministério adequado. [8]

David Martyn Lloyd-Jones nos lembra algo interessante sobre este assunto:
[...] Quem deve realizar a Pregação? O primeiro princípio que gostaria de afirmar é que nem todos os crentes são destinados  a fazer isso, nem todos os homens crentes devem pregar, e de maneira alguma as mulheres! Noutras palavras, precisamos considerar o que se chama ‘pregação leiga’. Isto já vem sendo praticado de modo bastante comum há cem anos ou mais. Antes, era uma prática comparativamente rara, mas hoje é muito comum. Seria interessante examinamos a história dessa prática, mas o tempo impede de fazê-lo. Novamente, o mais interessante a ser observado é que esta mudança resultou de causas teológicas. Foi a mudança na teologia do século passado, de uma atitude reformada e calvinista para uma postura essencialmente arminiana, que provocou o aumento da pregação de leigos. A explicação dessa causa e efeito é que, em última análise, o arminianismo é não-teológico. Eis porque a maioria das denominações evangélicas  da atualidade são igualmente não-teológicas. Sendo esse o caso, não deve nos surpreender o fato de que predominem em nossos dias o ponto de vista de que a pregação está aberta a todo homem e posteriormente, a qualquer mulher. Minha asserção é que esta é uma perspectiva antibíblica sobre a pregação.[9] 
            O uso do verbo relacionado a esta função de arauto “kerussw”- keryssô – e na leitura que fazemos do Novo Testamento nós percebemos o seguinte que o uso deste verbo se aplica:
a) Apenas a Cristo ou a alguém comissionado por Deus para o ministério da pregação ( Romanos 10.15; pois, somente estes têm a autoridade divina de se apresentar publicamente para falar em nome de Deus.
b) Nos Evangelhos apenas João Batista é assim apresentado como proclamador enviado da parte de Deus(Mt 3.1: Mc. 1.4; Lc.3.3) – sendo ele um profeta do antigo pacto.
c) Jesus é apresentado como o proclamador supremo (Mt.4.17,23;9.35;11.1; Mc1.14,38,39; Lucas 4.18,19,44.8.1)
d) Os apóstolos comissionados por Jesus  (Mt.10.7,27; Mc 3.14; 6.12; 16.15,20; Lc.9.2; 12.13.).





* O autor é Ministro da Palavra pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Formado em Teologia Reformada pelo Seminário Presbiteriano do Norte  (SPN) em Recife – PE. Foi professor de línguas bíblicas (Grego e Hebraico) no Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil (SPFB) em Recife - PE. É o fundador do Centro de Estudos Presbiteriano. Atualmente é pastor da Primeira Igreja Piripiri – PI. É casado com Géssica Araújo Soares Nascimento de França. E possui um filho Chamado de Lucas Luis Nascimento de França Contatos: E-mail: jrcalvino9@hotmail.com / jrcalvino9@gmail.com
Fones:  (89) 9930-6717 [número Tim]
[1] HYDE, Daniel R. O que é um Culto Reformado? Tradução:Josafá  Vaconcelos. Recife: Editora Os puritanos / Clire, 2012 , p.15
[2] JOHNSON, Terry L. Adoração Reformada  -  A adoração que é de Acordo com as Escrituras. Tradução: Josafá Vaconcelos. Recife: Editora os Puritanos, 2001, p.40.
[3] ALLMEN, J.J. Von. O Culto Cristão Teologia e Prática. Tradução: Dírson Glênio Vergara dos Santos. São Paulo: ASTE, 2006, p. 129.

[4] O entendimento é que apenas o Ministro da Palavra [Presbítero Docente = Pastor] é quem deve fazer a leitura Pública à congregação, pois, a leitura da palavra faz parte do ministério pastoral.
[5] VOS, Johannes Geerhardus. O Catecismo Maior de Westminster Comentado. Tradução: Marcos Vasconcelos. Recife: Os Puritanos / Clire, 2007, p.499.
[6] STOTT, John. Eu Creio na Pregação, Tradução: Gordon Chown São Paulo: Vida, 2003, p.15
[7] DARGAN, E.C. History of Preaching, p.7, vol. II In: STOTT, John. Eu Creio na Pregação, São Paulo: Vida, 2003, p.17.
[8] VOS, Johannes Geerhardus. Catecismo Maior Comentado. Tradução: Marcos Vasconcelos. Recife: Editora Os Puritanos / Clire, 2007, p.508.
[9]  LLOYD-JONES, David Martyn.  Pregação e Pregadores. Tradução: João Bentes Marques. São Paulo: Editora Fiel,  2008, p.97-98

Série: Expondo a escritura; Proposta da série

07:19 Posted by Unknown No comments

 "Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo." Referências: Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.

 Confissão de Fé de Westminster, capítulo I: Da Sagrada Escritura

   No mundo de hoje, com tantas correntes de interpretação, fica difícil perceber onde reside a verdade, principalmente por que os métodos de pregação da palavra de Deus, têm sido cada vez mais inclinados a se adequar as concepções humanas. E como não bastasse, muitos "aprisionam" a escritura a seus próprios objetivos, que na maioria das vezes culminam em realizações próprias. O objetivo dessa série é fazer a exposição do texto bíblico através do conhecimento da própria escritura, para que dessa forma tenhamos uma melhor ciência sobre o que fala a bíblia, tão fiel quanto nosso Deus nos permitir fazer. No entanto para começarmos a série, iremos falar um pouco sobre o que é a exposição bíblica.

     "Pregação é a união entre dois mundos; o texto antigo e o ouvinte contemporâneo". - John Stott. Segundo o conceito do Rev. Hernandes Dias Lopes, exposto na conferência da editora fiel em 2012, três coisas são necessárias para expor corretamente o texto bíblico; Ler, Explicar e Aplicar.
          
             Ler - É necessário ler o texto para conhecê-lo, absorver todo seu conteúdo, mergulhar de cabeça na passagem e gastar tempo meditando nela. É recomendável obter algum conhecimento quanto as línguas originais para compreensão do texto, tornando assim a exposição mais fiel ao que foi escrito, pois deve-se levar em consideração a gramática, as variações linguísticas, a cultura na qual o autor estava inserido, e uma série de outros fatores que podem influenciar o texto.

            Explicar - Após uma leitura árdua do texto, e uma análise profunda, o segundo passo é explicar o que foi encontrado no texto a ser exposto. Não adianta ler o texto, se no final das contas são experiências, conjecturas, e situações (mesmo que cotidianas) que se sobressairão no sermão ou texto. O papel do pregador é apenas expor o texto,  trazer a tona coisas que estão na própria passagem, pois a escritura sagrada mediante a operação do Santo Espírito de Deus é que vai produzir resultado. De nada vale apelar para métodos como, músicas de fundo, ou táticas psicológicas, pois só fará com que a exposição da bíblia fique cada vez mais pobre. 

                 Aplicar - Feito tudo isso, deve-se então fazer as cabidas aplicações do texto ao público, pois como porta-voz de Deus, é obrigação dos que pregam a palavra ensinar o povo a observar na escritura qual deve ser sua conduta e como devem reger suas vidas segundo o desejo do Senhor, e isso não poderá ser feito se a pregação ou apresentação de um texto for finalizada apenas com exemplificações que não se aplicam aos que estão ouvindo.

   Entendido isso, vale salientar que a pregação expositiva, não é um método em si, mas uma forma de abordagem, se valendo do pressuposto de que o pregador deve expor o texto bíblico explicando o que está contido no próprio texto. Outro ponto muito importante diante da exposição bíblica, é exibir quem é a autoridade por trás da pregação ou divulgação de um texto. Quando se usa experiências, ou outro tipo de coisa na exposição bíblica, rouba-se a autoridade do sermão para si, o que em momento algum é bom, pois toda autoridade deve ser centralizada e claramente apontada para a bíblia, pois dessa forma os que escutam podem ter a certeza de que é Deus quem está falando e com isso se voltar para um temor genuíno a Cristo pelo meio correto que é o conhecimento de sua palavra.
       
         Exemplo: Um pregador assume uma abordagem usando experiências, neste caso usaremos visões. Se ele usa essa situação para ampliar a excelência do sermão que está sendo pregado, o público poderá por suas expectativas  e projeções no mesmo tipo de vivência, e sabemos que isso não é uma regra de operação do Espírito Santo, com isso a probabilidade de frustrações entre outros problemas aumenta drasticamente. No entanto, se o palestrante, baseia seu sermão, em uma abordagem expositiva bíblica feita sob os pilares de uma leitura e análise intensa da escritura, fica nítido que a autoridade que confirma aquelas palavras é a palavra de Deus, que é infalível e perfeita. Dessa forma a possibilidade de que o ouvinte se frustre ou ponha esperanças em algo tão frágil quanto "experiências" é nula.

   Na série que iremos trabalhar, iremos fazer a exposição de vários texto bíblicos, visando a edificação do povo de Deus no tocante ao incentivo à busca por uma vivência baseada na palavra de Deus. Faremos a exposição de um texto por semana. Rogamos a Deus que permita que possamos ter êxito nesse trabalho, que visa reconhecer a escritura sagrada como palavra autoritativa, inerrante, infalível e perfeita revelação de Deus aos homens.

Paulo Ulisses