De volta às fontes do evangelho.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Os inimigos da Cruz de Cristo

06:50 Posted by Unknown No comments
Por Rev. Luiz Augusto Bueno - (Copiado do blog KYRIE ELÉISON)

“Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas”. (Paulo aos Filipenses 3.18,19)

Cada dia que passa a afronta contra Cristo e a igreja visível aumenta. Não sejamos inocentes e ignorantes. Essa situação é parte do processo profético acerca da ascendência do Anticristo. A fé cristã e o cristianismo são vilipendiados pelos inimigos, pois é a marca de Satã e seus demônios. 

Mas também a cada dia me espanto com a passividade e a letargia dos que assim se declaram cristãos evangélicos e não se posicionam quando Cristo, a fé cristã e seus símbolos sacramentais são feitos escárnios. Ademais os pontos de vista teológicos que nos separam como denominações, há aqueles que não se sentiram ofendidos quando o Lobby Gay na semana passada em passeata usou os símbolos de nossa fé em atos que nos impedem até mesmo de relatar. 

É uma pena que a fé cristã se tornou tão racionalista que não cremos mais nos sacramentos e nos símbolos sacramentais. É óbvio que não creio em objetos poderosos, mas a cruz deixou de ser um objeto comum, ela se tornou um símbolo e sinal de uma mensagem de vida. 

Para aqueles que são cristãos e não se sentiram ofendidos com o escárnio, estes necessitam compreender o que de fato são os símbolos cristãos. Símbolo é todo sinal ou objeto que emite uma mensagem. A cruz é um símbolo cristão, como o peixe o era na época do primeiro século, como a Bíblia é e como tantos outros símbolos e estes necessitam ser conservados não como objetos de poder, mas como mensagem viva. Por isso me senti ofendido, pois o nome de Cristo é que estava sendo vilipendiado. Os símbolos devem ser sagrados, porém não adorados. Perder essa noção é tornar-se um racionalista. 

Quando o nome de Cristo e nossa fé são usados assim, a Igreja precisa se posicionar. Isso faz parte de nossa missão. A missão da igreja não é apenas fazer propaganda do evangelho, mas se colocar contra a ética, a imoralidade, contra a corrupção, contra a injustiça social e contra todos os atos deste mundo que são contra a verdade. A isso chamamos de “obras de justiça”. Não pregamos um evangelho pós-túmulo, mas o evangelho faz diferença em nossa vida aqui e agora. Recebemos a vida eterna agora e não somente quando morrermos. Por isso o posicionamento dos cristãos é tão necessário. Se deixarmos de ser sal e luz, nossas obras continuarão sendo “trapo de imundícia” e perdemos nossa natureza e nossa marca como igreja de Cristo. 

  
Qual a sua posição como cristão diante deste mundo? De passividade? De letargia? O que tens a fazer, estás fazendo? A fé não permite posição equidistante. Não podemos ficar em cima do muro, pois se nos calarmos as pedras clamarão!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Testemunho de um encarcerado

16:04 Posted by Unknown No comments
Por Paulo Ulisses




"[...]Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia".
2 Timóteo 1:12




   A segunda carta do apóstolo Paulo a Timóteo, é sua última carta. Ele está preso em Roma, numa masmorra fria, fétida e insalubre. Depois de ter sofrido coisas terríveis em prol do evangelho, seu fim parece que será nada glorioso. O que gostaria de destacar, é que Paulo, sabendo que sua morte se aproximava poderia ter escrito uma epístola, onde iria exortar uma igreja, ou muitas. Poderia ter redigido algo para os outros apóstolos e presbíteros, com o objetivo de encoraja-los. Mas ele prefere endereçar suas ultimas linhas a seu filho na fé Timóteo. Até aqui não há nenhum problema, no entanto ao repararmos no teor das primeiras frases do capítulo 1, veremos que se trata de alguma coisa a mais do que uma simples injeção de ânimo, mas Paulo deseja fazer com que Timóteo abrace seu ministério, e é aqui que faremos nossa análise.

   Todos nós aprendemos desde muito crianças, que quando queremos encorajar alguém a fazer algo, devemos mostrar o quanto aquilo será bom e proveitoso, seja de que forma for. Encarar os medos pode fazer com que desfrutemos de sensações ou vivamos experiências formidáveis; como pular de um trampolim, experimentar um prato novo e outras coisas semelhantes. Sempre buscamos fazer com que as pessoas percebam as inúmeras vantagens que ela terá ao fazer aquilo que as estamos encorajando a fazer. No entanto o apóstolo Paulo vai totalmente de encontra a esse princípio, ao animar Timóteo ele faz questão de deixar bem claro que ao abraçar o ministério, o jovem não terá nenhuma vantagem, pelo contrário, sofrerá, e usando a si mesmo como exemplo ele corrobora isso:
"Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios.
Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia".
2 Timóteo 1:11,12
   Em 2Conríntios 11:16-33, Paulo nos dá uma lista extensa de alguns dos sofrimentos que ele viveu por amor do evangelho, fome, frio, sede, naufrágios, assaltos, perseguições, e agora em suas últimas palavras a seu filho na fé Timóteo ele deseja que o jovem presbítero tome parte nesses sofrimentos (2Timóteo 2:3). Tudo isso se choca fortemente contra o que vemos no meio "evangelical", observamos pessoas assumirem a postura de pastores e obreiros, pensando desfrutar de alguma boa posição, ou que estarão em uma situação de prestígio. Somos encorajados a achar que ser cristão é algo humanamente fabuloso, estaremos caminhando rumo ao sucesso, quer ele seja financeiro, quer sentimental e etc. Mas ao lermos essa carta nós percebemos que o evangelho não é nada disso, mas sim sofrer por amor a Cristo, padecer nesta vida por caminharmos na contra-mão do mundo, mantendo nossa vida ilibada e santificada, dentro dos conceitos e vontade de Deus. Paulo não aponta para Timóteo um caminho belo e fácil, mas uma estrada sufocante, dura e até fatal. E é exatamente ai onde reside a beleza do evangelho, caminhamos com nossos corpos amortecidos, pela dura batalha, mas olhando firmemente para o alvo que é Cristo Jesus sem nos desviar para a esquerda ou para a direita. Sofrendo perseguições como bons soldados de Cristo, nos despojamos das coisas dessa vida com o fim de agradar tão somente aquele que nos arregimentou para sua causa. Quando somos verdadeiramente atraídos a Cristo, nada nesse mundo passa a ter algum sentido a ponto de nos arrebatar dos caminhos do evangelho.

   É esse evangelho maiúsculo que o apóstolo Paulo, aponta para Timóteo em seus últimos momentos em vida. Este é o testamento de um velho para seu filho. Esse é o último espasmo de fôlego de vida que o espírito de um mestre dá em prol de seu pupilo; mostrar-lhe um rio regado a sangue, seu próprio sangue, que desembocará em um rio de sangue, maior ainda, o sangue de Cristo, que o levará  por sua vez até o porto seguro dos braços de Deus. Não deixemos que a ilusão vivida pelo mundo, de vida boa e fácil, nos roube a essência de um evangelho profundo e concreto como esse mostrado pelo apóstolo Paulo, que norteava a seu jovem aprendiz Timóteo a viver, caminhar, se gastar, sofrer e até morrer se preciso for para o êxito do evangelho, e por sua vez, para a glória de Jesus Cristo.

Segui a paz com todos!